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Silvia Celani

A revolução do Metaverso

João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci destaca os principais pontos abordados por Arthur Igreja na palestra e abertura do Projeto Saber Imobiliário III, que contou com a participação de mais de 13 mil Corretores de Imóveis!



[05/2022] Ultimamente, no mercado imobiliário, um dos temas que mais tem chamado nossa atenção é o de que pessoas estão comprando terrenos no tal metaverso e pagando fortunas por eles. Mas, como assim? Afinal, metaverso não é algo abstrato, impalpável, virtual? O que é isso? Por outro lado, terreno, sempre se soube que é algo sólido, demarcável, em que se pode pisar e construir. A fim de aclarar essa e outras dúvidas, Arthur Igreja, convidado pelo Sistema Cofeci-Creci, nos brindou com a palestra a seguir resumida, a primeira do Saber Imobiliário III.


Ele lembra que, em 1626, a ilha de Manhatan, New York, foi trocada com os índios que a habitavam por bugigangas estimadas em 24 dólares. Talvez porque não criam no seu pujante futuro. Da mesma forma, poucos creram na internet ao ser aberta ao público, em 1989. Os poucos que acreditaram estão milionários. Com o metaverso não será diferente! Pode ser que não nos interesse um “terreno” no metaverso, mas há estimativas de que esse mercado atingirá rapidamente o volume de 800 bilhões de dólares em negócios. Não dá para ignorar!


O caso Tik Tok é emblemático. Igreja lembra que, quando foi lançado, numa palestra para 4,5 mil pessoas, apenas quatro ou cinco conheciam o aplicativo. Quase todos diziam que não o usariam. Hoje, tornou-se um gigante. O metaverso notabilizou-se em outubro de 2021, quando, em sua alusão, a empresa Facebook assumiu o nome META. Na ocasião, Mark Zuckerberg exibiu seu avatar e como podia incorporá-lo com facilidade. O metaverso, porém, não é novo. Há cerca de 30 anos, Neal Stephenson já o definia em sua obra Snow Crash.


Os jogos eletrônicos The Sims (2000) já simulavam a sociedade no mundo virtual. Da mesma forma, o Second Life simulava a vida real em 3D, por meio de avatares; o filme O Jogador nº 1, de Steven Spielberg (2018); a série Black Mirror (2011). Todos já dimensionavam o que viria a ser o mundo tecnológico do metaverso. Um dos últimos episódios de Black Mirror ficcionava uma lente de contato, hoje em fase final de testes para comercialização. A distância entre ficção e realidade se encurta cada dia mais. Não raro, a notícia real parece pertencer à ficção.


Em 2016, Zuckerberg dizia que o futuro seria uma combinação de conectividade com inteligência artificial e realidade virtual. Mas tudo leva tempo. Por isso, é importante acompanhar a evolução. O MV tem três ambientes essenciais: 1. Virtual (3D), onde não há limites físicos, como a gravidade, por exemplo; 2. Imersivo; e 3. Social. No MV, as tecnologias têm de amadurecer ao mesmo tempo. Os óculos, o smartphone, a conexão 5G de baixíssima latência (instantaneidade). Hoje, não há cabos. Tudo está no próprio objeto: óculos, smartphone, hand computer etc.


Existem muitos MVs, e outros poderão ser criados, em função da concepção de cada criador. Seus espaços são limitados, como o são nas cidades reais, por opção de seus criadores, para que seus “terrenos “sejam raros, disputados e caros. Celebridades “constroem” casas e palcos no MV e nelas recebem milhares de fãs. Isso é impossível na vida real. Enfim, o MV é algo entre o mundo físico (3D) e o virtual (2D). É um mercado de ostentação, de criptomoedas, de NFTs. Mas há muito espaço para os Corretores de Imóveis. A quem se interessa, é bom aprender e ficar de olho!



Sobre João Teodoro: Nascido na cidade de Sertanópolis, no Estado do Paraná, João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Ele é empresário no mercado da construção civil em Curitiba (PR). Graduado em Direito e Ciências Matemáticas, foi professor de Matemática, Física e Desenho na PUC/PR. É técnico em Edificações e em Processamento de Dados e possui diversos cursos de extensão universitária pela Fundação Getúlio Vargas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986 e diretor da Federação do Comércio do Paraná. No Cofeci, atua desde 1991, quando passou a exercer o cargo de conselheiro federal, e é presidente desde 2000.

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