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Silvia Celani

Como atender às gerações do futuro?

* Por João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci Creci

Para melhor entender as relações pessoais e profissionais entre gerações, estudiosos dividiram-nas em faixas temporais as quais determinam diferentes contextos históricos, comportamentais e linguísticos. As quatro gerações mais recentes, e que interessam a esta reflexão, foram denominadas BB (Baby Boomers), X, Y (Millennials) e Z.


O termo Baby Boom identifica uma época de alta natalidade (boom) após a segunda guerra mundial, especialmente nos países que dela participaram. A geração X foi assim chamada pelo fotógrafo Robert Capa (EUA), para designá-la como desconhecida, incógnita, sem identidade aparente, espelhada nos hippies, punks e outras subculturas. As gerações Y e Z são a sequência alfabética. A próxima geração está sendo chamada de Alpha.


Embora haja certa discordância entre os estudiosos, as gerações por faixa temporal estão assim divididas: nascidos entre 1945 e 1964, Baby Boomers; entre 1965 e 1980, geração X; entre 1981 e 1996, geração Y (Millennials); e de 1997 em diante, geração Z. No passado, as gerações eram consideradas a cada 25 anos. Agora, a cada 15 ou até 12 anos, em função do avanço tecnológico e da informação, que transfiguram as relações familiares, profissionais e de consumo, embora não mudem a mentalidade de gerações passadas.


Nos próximos anos, três ou quatro gerações (BB, X, Y e Z) se encontrarão no ambiente profissional e consumista. Os BB são a geração analógica, do “cara a cara”, do contato pessoal direto. A geração X viu o festival de Woodstock, o homem chegar à Lua; viu nascer o computador pessoal, a internet e o celular. Viu o mundo mudar, mas continua incógnita. A geração Y nasceu na plenitude da tecnologia: internet, TV a cabo, videogames. A geração Z já nasceu digital e, como a geração Y, domina as redes sociais e, por elas, dispensa o contato pessoal direto.


Se considerarmos 18 anos o tempo médio de cada geração e a longevidade média do brasileiro, que está em 76 anos, é forçoso admitir a coexistência de três ou até quatro gerações distintas. Mas cada uma tem suas próprias características históricas, comportamentais e de linguagem. Por isso, é inevitável o conflito entre elas, seja no campo pessoal ou profissional. O desafio é: como administrar tais conflitos e conciliar interesses de gerações tão distintas?

No mercado imobiliário não é diferente. Como atender a clientela tão diversa entre si com uma mesma estrutura de gestão, marketing e venda? Como acolher e administrar, numa mesma empresa, trabalhadores de perfis tão diversos? A resposta à primeira pergunta está na segunda: estrutura de atendimento perfilada com a da clientela. Para isso, entretanto, a empresa tem de ser comandada por alguém com talento digital. Um bom talento digital * e não precisa ser designer, desenvolvedor de software, programador de algoritmos ou expert em tecnologia. Basta ter atitude de comando e mente inovadora e integrativa.


João Teodoro da Silva

Presidente – Sistema Cofeci-Creci


* Talento digital – designação profissional definida por Carlos Alberto Júlio, presidente da Digital House (Revista Você S/A de Set/2019)

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