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Como se defender da manipulação, identificando suas táticas

João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci identifica as diferentes maneiras de influênciar o comportamento e as decisões e alerta: frear o manipulador é essencial à preservação de nossas instituições. Um descuido pode ser fatal!



Em nossas complexas relações sociais, com frequência, deparamo-nos com pessoas que, de forma sutil ou acintosa, tentam influenciar nosso comportamento e nossas decisões, em seu próprio benefício. Essas pessoas, conhecidas como manipuladoras, utilizam-se de diversas táticas, a fim de alcançar seus maléficos objetivos, quase sempre à custa do bem-estar emocional de quem se deixa manipular. O processo pode acontecer no ambiente familiar, profissional, social, corporativo ou nos relacionamentos românticos, onde é bastante trivial.

 

A forma mais comum e de difícil identificação é a sutil. Entretanto, ao decifrarmos as estratégias manipulatórias mais comuns, torna-se mais fácil nos proteger e estabelecer convivências mais saudáveis. A manipulação é a arte de conseguir influenciar o comportamento das pessoas por meio de táticas cognitivas, emocionais ou sociais, obtendo, assim, o seu controle mental. O objetivo de quem manipula pode estar ligado à satisfação de necessidades pessoais ou grupais escusas, ou no exercício de algum tipo de poder, como acontece na política.

 

A submissão, todavia, é comportamento aprendido. Ou seja, pode estar associado a diferentes fatores, como baixa autoestima, fraqueza espiritual/emocional, necessidade de controle, falta de empatia e outros transtornos de caráter. Mas o fato é que ninguém merece ser manipulado. Pessoas de personalidade forte dificilmente caem nessa esparrela. No entanto, em caso de suspeita, é fundamental buscar informações e apoio profissional, para melhor entender a situação e adotar as melhores decisões e medidas corretivas necessárias.

Há várias táticas de manipulação. As mais comuns são: chantagem: ameaçar a vítima caso ela não aja de acordo com a vontade do manipulador; jogos mentais: criar situações ambíguas e confundir a vítima para controlá-la; gaslighting: fazer alguém duvidar da sua própria percepção da realidade; culpabilização: fazer a vítima se sentir culpada por algo que não fez; vitimização: fazer-se de vítima para despertar compaixão na vítima e, assim, manipulá-la; projeção: atribuir seus próprios sentimentos negativos à vítima, gerando nela baixa autoestima.

 

Enfim, há muitas formas de manipulação. Porém uma que merece ser destacada é a triangulação. Este tipo de calhordice introduz uma terceira personagem na relação. Essa pessoa, a verdadeiramente manipulada, inventa mentiras e calúnias para promover confusão e desconfiança sobre a verdadeira vítima, que não se deixa controlar. Uma vez obtido os objetivos, a terceira pessoa é simplesmente descartada. Todavia, se houver risco de que ela venha a causar problemas, ela pode vir a ser vítima de ações totalmente descontroladas.

 

Reconhecer e lidar com gente manipuladora é um processo desafiador. Entretanto é fundamental para proteger a saúde mental e emocional. É preciso ficar atento aos sinais, e se cuidar, desenvolvendo estratégias próprias de autoproteção. A chave é ser criativo e capaz de se conectar com as pessoas certas, de forma autêntica, ignorando o controlador. Na política de classe é comum esse tipo de manipulação. Frear o manipulador é essencial à preservação de nossas instituições. Um descuido pode ser fatal. Nosso Sistema não merece ser manipulado!



Sobre João Teodoro: O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.

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