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Silvia Celani

Competência e inteligência no mercado imobiliário

Atualizado: 13 de jun. de 2023

Neste artigo, o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, faz um resumo e análise da palestra de Sabina Deweik durante o Saber Imobiliário IV (2023)!




JUNHO DE 2023 - Além de professora e pesquisadora comportamental, Sabina Deweik é uma futurista, qualidade de quem pesquisa e antecipa o futuro. Falando para o Saber Imobiliário, ela afirmou que o futuro não é singular, é plural; é o que se cria a partir de novas escolhas, aqui e agora. Portanto a relevância do Corretor de Imóveis perante a sociedade depende de escolhas e ações, neste momento.


A pandemia provocou grande disrupção e aceleração do futuro. Impulsionou mudanças do porvir com rapidez muito maior do que a velocidade de adaptação humana. Para Sabrina, a capacidade de adequação humana é linear, mas a pandemia forçou sua adaptabilidade a uma crescente velocidade parabólica. Tudo mudou: desde a automação tecnológica a consumidores e consumo. Klaus Schwab, (Fórum Econômico Global) assevera que os tipos de crises se exacerbam e se remodelam entre si.


Adam Tooze, em 1º/01/22, expôs gráfico que inter-relaciona temas críticos, como pandemia, petróleo, gás, inflação e meio-ambiente. Mas, em 22 de janeiro, a guerra na Ucrânia emaranhou tudo, provando a interconexão das crises.


Cada crise impacta outra e, consequentemente, o comportamento do consumidor. O jovem de hoje não se identifica com os do passado. É o que se chama de ansiedade climática. Hoje, testemunhamos a inteligência artificial generativa (ChatGPT) que, em meros dois meses, logrou 100 milhões de usuários; já está na 4ª geração e, de acordo com a PWC, injetará na economia 16 trilhões de dólares até 2030. Para Amy Webb, futurista americana, a velha internet já era; a nova, ao invés de ser inspecionada, nos inspeciona. Nada pode ser mais disruptivo!


Precisaremos de novas habilidades para tantas novidades: o Banco Silicon Valey entra em falência; Credit Suisse é comprado para garantir a credibilidade dos bancos suíços; emergências climáticas afloram em todo o mundo. A sensação comum é de impotência. O acrônimo VUCA, já dissertado em artigo anterior, que simboliza a vida pré-pandemia, é substituído pelo BANI, o mundo pós-coronavírus. O contexto, portanto, já não é de volatilidade, é de fragilidade e de muita ansiedade.


O Brasil, infelizmente, é o segundo país mais ansioso do planeta.


Aliás, ansiedade tem tudo a ver com onde e como se vai morar. Vivemos um momento nada linear, sem causa e efeito, em que os caminhos são múltiplos e incompreensíveis. Quem não está confuso, está mal informado (Tom Zé). Em 20 anos, 50% da força de trabalho será substituída por robôs. O mundo será muito mais tech. Corretores de Imóveis terão de desenvolver habilidades cada vez mais intrinsecamente humanas. A tecnologia é o meio; nós somos os fins. Quem não for capaz de assimilar as necessidades e sonhos humanos ficará fora do mercado.


Atualmente, convivem 4 gerações: baby boomers, X, Y e Z, cada uma delas com seus anseios. Mas 34% de todas querem sair do aluguel e, surpresa, 37% dos Z têm intenção de comprar imóvel. Para atendê-los, precisamos de foco: temos de identificar os padrões e a convergência dos atuais acontecimentos. Há muita coisa junta e misturada. Temos de ser protagonistas e cocriadores de tendências. Não é sobre uma era de mudanças, é sobre a mudança de uma era. A única certeza é que nada é permanente. Por mais difícil que seja, temos de nos adaptar!



Sobre João Teodoro: O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.



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