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Silvia Celani

O Brasil e o mundo no pós-pandemia

Apesar do cenário negativo apontado durante o 5º Brazil Investiment Forum 2022, cujo foco foi a economia mundial pós-Covid, o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, apresenta uma perspectiva positiva para o país!





(Junho/2022) Neste 12 de junho, aconteceu em São Paulo o 5º Brazil Investiment Forum 2022 cujo foco foi a economia mundial pós-Covid. Segundo o ministro da economia do Brasil, o mundo passa por forte turbulência, por três razões. Tecnicamente, a primeira tem a ver com o Teorema da equalização dos preços dos fatores (Heckcher-Ohlin-Samuelson), que diz: Se dois países produzem dois bens com idênticas funções de produção, sem que haja custo de transporte ou restrição ao comércio, a remuneração dos fatores será a mesma para ambos os países.

Há cerca de 30 anos, uma silenciosa revolução vem acontecendo na China, Rússia, leste europeu, sudeste asiático e Indonésia. Por conta da globalização, 3,7 bilhões de pessoas estão saindo lentamente da miséria. Ocorre que muitas indústrias do ocidente se mudaram para esses países, porque eles dispõem de mão-de-obra barata e abundante. O fator mão-de-obra (barata) tende a equalizar-se, pressionando para baixo os salários no ocidente. Assim, há 30 anos, os salários ocidentais são comprimidos porque sua demanda foi exportada para a Ásia.

Entretanto trabalhadores asiáticos, sob forte demanda, são melhor remunerados e estão saindo da miséria. Isso aumenta a pressão política por melhores salários no ocidente. Se há aumento da remuneração na Ásia, o mesmo deve ocorrer em todo o mundo! Mas o aumento da inflação é inevitável. A segunda razão da turbulência é a pandemia, que rompeu várias cadeias de produção, provocando um choque adverso (negativo) de oferta: mais inflação e menos crescimento ao mesmo tempo. São circunstâncias incontroláveis, que abalam todo o planeta.

Enquanto todos tentavam sair dessas armadilhas, veio a terceira e mais contundente razão da turbulência. A Ucrânia, que produz grãos (alimentos), foi atacada pela Rússia, produtora de gás e petróleo (energia). Resultado: preços de comida e energia sobem descontroladamente em todo o mundo. São, portanto, três grandes choques a um só tempo. O mundo começa a repensar suas cadeias produtivas porque, fora do Brasil, tudo vai piorar. Haverá recessão, juros altos, bolsas em queda, inflação alta e muitas crises. Isso tudo, depois de 20 anos de prosperidade.

Todavia há oportunidades à vista. A Secretária do Tesouro Americano elucubra que há dois requisitos para atrair investidores internacionais: logística e relacionamento. O investimento tem de estar logisticamente próximo, sem afetação política que impeça a circulação de produtos e energia, e o país tem de ser amigo! Ponto para o Brasil, que se dá bem com todo o mundo. Nosso país busca a prosperidade em todas as dimensões. Fizemos acordos com Mercosul, União Europeia, OCDE, European Free Trade Area. Enfim, nossa economia se move para todos os lados.

Privatizações, redução de impostos (IPI, ICMS), marcos regulatórios, transformação dos bancos públicos (BNDES) e investimentos privados de R$ 800 bilhões garantem o crescimento do país nos próximos anos. No exterior, sem dúvida, haverá recessão. As revisões de crescimento são para baixo. No Brasil, ao contrário, tudo indica crescimento. No pós-Covid, em franca recuperação e aberto aos investimentos, com muita cautela, segurança energética e alimentar, o Brasil é onde tudo vai acontecer. Segundo a OMC, somos a reserva alimentar do mundo!




obre João Teodoro: Nascido na cidade de Sertanópolis, no Estado do Paraná, João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Ele é empresário no mercado da construção civil em Curitiba (PR). Graduado em Direito e Ciências Matemáticas, foi professor de Matemática, Física e Desenho na PUC/PR. É técnico em Edificações e em Processamento de Dados e possui diversos cursos de extensão universitária pela Fundação Getúlio Vargas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986 e diretor da Federação do Comércio do Paraná. No Cofeci, atua desde 1991, quando passou a exercer o cargo de conselheiro federal, e é presidente desde 2000.

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