Para o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, a confiança segue em alta e a tendência é de maior disponibilidade de crédito, especialmente para a construção de imóveis destinados ao público de baixa renda!
Todo final de ano, a pergunta mais recorrente é a que serve de título a este artigo, no ano vindouro correspondente. Todos os players do mercado querem estar preparados, se for o caso, para enfrentar eventuais dificuldades. Pois bem! O orçamento inicial do FGTS no ano de 2023 foi de R$ 68,10 bilhões. No entanto, em julho do mesmo ano, o valor foi reajustado para R$ 96,96 bilhões. Aliás, o maior dos sete anos anteriores. No ano de 2024, o fundo contará com R$ 117 bilhões. Noventa por cento desse valor será direcionado para a habitação.
A tendência, portanto, é de maior disponibilidade de crédito, especialmente para a construção de imóveis destinados ao público de baixa renda. A Selic - parâmetro para as taxas de juros no país - iniciou sua trajetória de queda em agosto de 2023 e fechará o ano em 11,75%. A previsão inicial, para o final de 2024, era de 9,25%. Hoje, o mercado já estima uma taxa de 9,0%. A expectativa coloca em rebuliço o mercado de capitais, que tem como alternativa mais cobiçada justamente o mercado imobiliário. Mas há, sim, preocupações a se considerar.
A forte ativação do mercado induz à escassez de terrenos e à consequente elevação de seus custos. Pelo mesmo motivo, haverá possível aumento nos insumos da construção civil e na mão de obra. Um outro fator que preocupa é a recente reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional. O consenso é de que haverá séria elevação tributária, em especial para o setor de serviços. O governo editou também a MP 1202/23, que derroga a recém promulgada Lei 14.784/23 e reonera a folha de 17 setores da economia, inclusive o da construção civil.
Em 2015, infelizmente, perdemos a classificação de grau de investimento, considerada pelas agências de classificação de risco (Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s) como essencial para a atração de investimentos estrangeiros. Contudo, depois da aprovação da reforma tributária, a S&P, seguindo as demais agências, reclassificou o Brasil com a nota BB, apenas dois níveis abaixo do grau de investimento. Ainda não é o ideal, mas deve ajudar na captação de capitais de fora do país, o que será relevante para a economia e para o mercado imobiliário.
O relatório da 14ª edição do GRI Club Brazil, ocorrida em novembro passado, registra que mais de 400 empresários de vários setores, inclusive o imobiliário, afirmam que a instabilidade atual da economia mundial - ainda em busca de recuperação depois da pandemia – constitui-se em oportunidade de crescimento econômico para o Brasil. A redução da Selic destravará investimentos alternativos, além do FGTS e da poupança, possibilitando crescimento também nos segmentos de imóveis para a classe média alta e nos de alto padrão construtivo.
Assim, a confiança segue em alta no mercado imobiliário. O novo programa MCMV propicia casa própria para rendas que variam de R$ 2,64 mil a R$ 4,4 mil (faixa 2) e R$ 4,4 mil a R$ 8,0 mil (fixa 3). Isso engloba a população da classe média baixa, onde há séria carência habitacional. Havendo recursos e renda, não faltarão negócios. O ano de 2024 promete muito, em especial para quem acompanha as tendências econômicas. Por isso, não deixe de participar do maior evento do mercado imobiliário, de 15 a 17 de outubro, em São Paulo. Clique aqui!
O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.
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