Paranaense, o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, celebra os 150 anos do pai da aviação e como ele transformou uma das maravilhas do mundo em um espaço público!
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Em 25 de outubro de 1906, em Paris, França, Alberto Santos Dumont (SD), aos 33 anos de idade, realizou oficialmente o primeiro voo da história com uma aeronave mais pesada que o ar, sem ajuda de um propulsor mecânico para decolar, comum em experimentos aeronáuticos naquela época. A cidade de Palmyra, MG, onde nasceu o ilustre inventor, hoje se chama Santos Dumont, em sua homenagem. No dia 20 de julho de 2023, comemoramos o sesquicentenário de nascimento do “pai da aviação”, que levou ao mundo o nome do nosso país.
Em comemoração à pungente data, circulou na internet um vídeo apaixonante, que chamou minha atenção. Nele, o Presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, refere-se a SD como patrono da aviação, pioneiro da mobilidade aérea urbana e referência em inventividade, cujos feitos estão arraigados no DNA da empresa. Porém outro legado igualmente inspirador foi revelado pelo vídeo: a sustentabilidade ambiental assegurada por SD ao empreender uma fantástica aventura pelo Estado do Paraná, que o transformou em patrono das Cataratas do Iguaçu.
O filme é narrado pela jornalista Izabelli Ferrari e alguns depoentes envolvidos com a história. Em 1916, Santos Dumont já era celebridade e, em viagem ao Chile, para participar de eventos sobre aeronáutica, foi levado a conhecer as Cataratas do Iguaçu pelo lado Argentino. Em Foz do Iguaçu, PR, o hoteleiro Frederico Engel, sabendo da visita, tratou de convencer o prefeito da cidade a formar uma comissão para convidar SD a conhecer a maravilha pelo lado do Brasil. Não foi tão simples! Seriam horas de caminhada pela mata. Mas deu certo!
Santos Dumont cruzou a fronteira e se hospedou no Hotel Brasil, propriedade do aguerrido hoteleiro. Fascinado pelas cataratas, SD soube que as terras que as abrigavam pertenciam ao uruguaio Jesus Val, que decidia quem podia visitá-las. Encantado com a beleza e a magnitude do lugar, SD perguntou-se: por que não o transformar em um parque nacional? Era época de chuvas, e um tronco arrastado pelas águas prendera-se à borda da cachoeira com uma parte suspensa sobre ela. Sem medo, SD caminhou sobre o madeiro, para melhor apreciar as quedas.
A “imprudência” de SD foi repreendida por Frederico Engel. Poderia ter acontecido uma tragédia! Imperturbável, SD declarou solene: as alturas não me perturbam! Ao fim da visita, SD mudou o rumo de sua viagem. Decidiu ir a Curitiba falar com o então governador Affonso Camargo. Assim, seguindo a linha do telégrafo, cavalgou seis dias pela mata até Guarapuava, na companhia do fiscal Isidro e do soldado Virgílio. De lá, foram de carro até Ponta Grossa. Em seguida, tomaram um trem até Curitiba, onde finalmente se encontraram com o governador.
Pedido feito, pedido atendido! As terras das cataratas transformaram-se no Parque Nacional do Iguaçu. Dessa forma, nosso herói tornou-se seu patrono oficial. A história foi dissertada por Elfrida Engel, filha do hoteleiro, que com ela venceu um torneio literário e foi condecorada pela Aeronáutica Brasileira. A seu pedido, há uma estátua de SD na entrada do Parque. A família Engel ainda guarda o livro de hospedes do Hotel Brasil com a assinatura de SD. Exposição gratuita de fotos e objetos relacionados à visita pode ser vista no Clube Gresfi, de Foz do Iguaçu.
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Sobre João Teodoro: O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.