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Silvia Celani

Santos Dumont - Patrono do Parque Nacional do Iguaçu

Atualizado: 4 de dez. de 2023

Paranaense, o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, celebra os 150 anos do pai da aviação e como ele transformou uma das maravilhas do mundo em um espaço público!



Em 25 de outubro de 1906, em Paris, França, Alberto Santos Dumont (SD), aos 33 anos de idade, realizou oficialmente o primeiro voo da história com uma aeronave mais pesada que o ar, sem ajuda de um propulsor mecânico para decolar, comum em experimentos aeronáuticos naquela época. A cidade de Palmyra, MG, onde nasceu o ilustre inventor, hoje se chama Santos Dumont, em sua homenagem. No dia 20 de julho de 2023, comemoramos o sesquicentenário de nascimento do “pai da aviação”, que levou ao mundo o nome do nosso país.


Em comemoração à pungente data, circulou na internet um vídeo apaixonante, que chamou minha atenção. Nele, o Presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, refere-se a SD como patrono da aviação, pioneiro da mobilidade aérea urbana e referência em inventividade, cujos feitos estão arraigados no DNA da empresa. Porém outro legado igualmente inspirador foi revelado pelo vídeo: a sustentabilidade ambiental assegurada por SD ao empreender uma fantástica aventura pelo Estado do Paraná, que o transformou em patrono das Cataratas do Iguaçu.


O filme é narrado pela jornalista Izabelli Ferrari e alguns depoentes envolvidos com a história. Em 1916, Santos Dumont já era celebridade e, em viagem ao Chile, para participar de eventos sobre aeronáutica, foi levado a conhecer as Cataratas do Iguaçu pelo lado Argentino. Em Foz do Iguaçu, PR, o hoteleiro Frederico Engel, sabendo da visita, tratou de convencer o prefeito da cidade a formar uma comissão para convidar SD a conhecer a maravilha pelo lado do Brasil. Não foi tão simples! Seriam horas de caminhada pela mata. Mas deu certo!


Santos Dumont cruzou a fronteira e se hospedou no Hotel Brasil, propriedade do aguerrido hoteleiro. Fascinado pelas cataratas, SD soube que as terras que as abrigavam pertenciam ao uruguaio Jesus Val, que decidia quem podia visitá-las. Encantado com a beleza e a magnitude do lugar, SD perguntou-se: por que não o transformar em um parque nacional? Era época de chuvas, e um tronco arrastado pelas águas prendera-se à borda da cachoeira com uma parte suspensa sobre ela. Sem medo, SD caminhou sobre o madeiro, para melhor apreciar as quedas.


A “imprudência” de SD foi repreendida por Frederico Engel. Poderia ter acontecido uma tragédia! Imperturbável, SD declarou solene: as alturas não me perturbam! Ao fim da visita, SD mudou o rumo de sua viagem. Decidiu ir a Curitiba falar com o então governador Affonso Camargo. Assim, seguindo a linha do telégrafo, cavalgou seis dias pela mata até Guarapuava, na companhia do fiscal Isidro e do soldado Virgílio. De lá, foram de carro até Ponta Grossa. Em seguida, tomaram um trem até Curitiba, onde finalmente se encontraram com o governador.


Pedido feito, pedido atendido! As terras das cataratas transformaram-se no Parque Nacional do Iguaçu. Dessa forma, nosso herói tornou-se seu patrono oficial. A história foi dissertada por Elfrida Engel, filha do hoteleiro, que com ela venceu um torneio literário e foi condecorada pela Aeronáutica Brasileira. A seu pedido, há uma estátua de SD na entrada do Parque. A família Engel ainda guarda o livro de hospedes do Hotel Brasil com a assinatura de SD. Exposição gratuita de fotos e objetos relacionados à visita pode ser vista no Clube Gresfi, de Foz do Iguaçu.



Sobre João Teodoro: O paranaense João Teodoro da Silva iniciou a carreira de corretor de imóveis em 1972. Empresário no mercado da construção civil, graduado em Direito e Ciências Matemáticas. Foi presidente do Creci-PR por três mandatos consecutivos, do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Paraná de 1984 a 1986, diretor da Federação do Comércio do Paraná e é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis desde 2000.

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